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27 de Abril de 2024

Sindicato dos Jornalistas divulga Nota de Repúdio contra Rachel Sheherazade

Nota de repúdio do Sindicato dos Jornalistas e da Comissão de Ética contra declarações da jornalista Rachel Sheherazade

Publicado por Rafael Costa
há 10 anos

Sindicato dos Jornalistas divulga Nota de Repdio contra Rachel Sheherazade

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética desta entidade se manifestam radicalmente contra a grave violação de direitos humanos e ao Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros representada pelas declarações da âncora Rachel Sheherazade durante o Jornal do SBT.

O desrespeito aos direitos humanos tem sido prática recorrente da jornalista, mas destacamos a violência simbólica dos recentes comentários por ela proferidos no programa de 04/02/2014 (veja aqui). Sheherazade violou os direitos humanos, o Estatuto da Criança e do Adolescente e fez apologia à violência quando afirmou achar que “num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível” — Ela se referia ao grupo de rapazes que, em 31/01/2014, prendeu um adolescente acusado de furto e, após acorrentá-lo a um poste, espancou-o, filmou-o e divulgou as imagens na internet.

O Sindicato e a Comissão de Ética do Rio de Janeiro solicitam à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que investigue e identifique as responsabilidades neste e em outros casos de violação dos direitos humanos e do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que ocorrem de forma rotineira em programas de radiodifusão no nosso país. É preciso lembrar que os canais de rádio e TV não são propriedade privada, mas concessões públicas que não podem funcionar à revelia das leis e da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Eis os pontos do Código de Ética referentes aos Direitos Humanos:

Art. 6º É dever do jornalista:

I – opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípiosexpressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;

XI – defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantiasindividuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos, negros e minorias;

XIV – combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição físicaou mental, ou de qualquer outra natureza.

Art. 7º O jornalista não pode:

V – usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime;

Também atuando no sentido pedagógico que acreditamos que deva ser uma das principais intervenções do sindicato e da Comissão de Ética, realizaremos um debate sobre o tema em nosso auditório com o objetivo de refletir sobre o papel do jornalista como defensor dos direitos humanos e da democratização da comunicação.

Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro

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113 Comentários

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por favor, não foi correto, nem recomendado, mas quem nesse mundo que já sofreu na pelé alguma injustiça que não lhe passou pela cabeça o sentimento de fazer justiça...ela se excedeu mas não a crucifiquemos... deve-se direcionar os canhões do JORNALISMOS e sindicatos afins, aos GOVERNANTES... deixem a moça trabalhar... continuar lendo

Exatamente, Juacy. E digo mais: Se a jornalista fosse da Rede Globo, por exemplo, essa história toda não teria nem começado. Na verdade, a Rede Globo nem teria se posicionado, afinal é muito mais comodo dar ênfase a BBB, novela, futebol, do que se posicionar perante os problemas da sociedade. continuar lendo

Juracy Marinho, concordo com seu ponto de vista. Há momentos em que, independente do grau de intelectualidade, posição ou status social, pessoas são apenas pessoas, e nesses efêmeros instantes expressam sua indignação mesmo que na prática não o desejassem de fato. Foi isso o que ocorreu com a eficiente jornalista em questão. Em um pequeno momento ela se expressou como uma pessoa simples, do povo. E não acredito que ela esteja incitando a violência, até porque, até que se prove o contrário, é uma pessoa de valores éticos, morais e religiosos. Se com a filosofia do "olho por olho, dente por dente" nós não conseguiremos resolver o problema da criminalidade (e até defendo que não), não será também resolvido com questões simplesmente filosóficas, que permeiam apenas no olimpo das palavras. E o pior de tudo é ver que por causa de uma declaração, talvez infeliz, mobiliza-se órgãos privados e do governo em sede de repúdio, o que não ocorre quando uma dentista é queimada em seu consultório onde estava trabalhando, porque não tinha muito dinheiro para o bonzinho assaltante. Somente num país HIPÓCRITA é que palavras chocam mais que a ações danosas. continuar lendo

Daqui alguns anos quando os grupos que se intitularem como aqueles que vao matar todos os marginais tiverem agindo criando nova milícias quero ver o que essa jornalista vai falar,se ficara do lado deles que são criminosos ou do lado dos criminosos que estão sendo violentados por outros criminosos. E você ficaria do lado de quem? continuar lendo

Eu já sofri com assaltos à mão armada, e marginais procurando confusão pelas ruas; na hora minha vontade com certeza era de fazer "justiça", mas isso não é justiça. O rapaz espancado não era bandido. Segundo os justiceiros, eles caçam "potenciais criminosos". Da pra imaginar quem são os potenciais criminosos e a investigação bem feita acerca do indivíduo. Absurdo! Bem como também é absurdo a identificação das pessoas com essa mulher. Como que alguém que faz, pensa ou vive o direito consegue colocar suas impressões e vontades pessoais e egoístas acima do Direito? falem o que for, essa "jornalista" continua sendo uma das coisas que há de pior na televisão. continuar lendo

Não concordo com as opiniões da minha conterrânea, mas é estranho um sindicato de jornalistas querer amordaçar uma colega que exerceu o seu direito de expressão. O que está ocorrendo é que ninguém está considerando que a palavra que ela pronunciou foi "compreensível". Daí a equiparar a apologia ao crime e incentivo à justiça com as próprias mãos fica por conta de cada um. Será que é "compreensível" um pai que teve uma filha estuprada querer vingar a morte da filha? Sim. Essa é uma atitude correta? Não. continuar lendo

Estou chocada com a atitude do Sindicato dos Jornalistas...Não é possível que não tenham compreendido que a referida jornalista do SBT em momento algum fez apologia a "fazer justiça com as próprias mãos" ou "incitou a violência", apenas fez um desabafo com relação a omissão do Estado no quesito segurança do cidadão...qualquer um que ouça com isenção o comentário dela é capaz de perceber isso. continuar lendo

Com todo respeito à sua opinião, mas lugar de jornalista fazer desabafo é em casa, no bar ou em qualquer outro lugar, menos na TV!

Televisão é um concessão PÚBLICA e não é uma coisa privada, apesar de hoje, com perdão do trocadilho, parece mesmo ser um privada. continuar lendo

No telejornal, em certo ponto, ela declarou: "O contra-ataque aos bandidos é o que chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite". Legítima defesa significa que não só é compreensível como também necessário; acho que isso está muito mais para apoio do que aceitação. E não sei como ela pode chamar um ataque de legítima defesa! Não há como seriamente chamar um linchamento de legítima defesa sem parecer idiota. continuar lendo

Eu entendo a repercussão. Tudo isso é porque a moça "arriou o pau" nos políticos, governo, polícia e Judiciário. Diga-se de passagem, com inteira razão. continuar lendo

Quer dizer que a jornalista violou os direitos humanos?
É engraçado que os defensores dos direitos humanos apenas se manifestam quando se trata de bandidos. Agora ficam completamente inertes quando se trata de famílias vítimas de bandidos que continuam praticando crimes, mesmo dentro de presídios.
Em Planaltina de Goiás um estuprador invadiu uma residência, praticou seu crime, foi preso, e, um mês depois, foi solto pelo juiz porque o presídio estava superlotado. E os direitos humanos de quem foi estuprada? E os direitos humanos de quem fatalmente ainda vai ser estuprada por este bandido?
Ninguém falou nada!!! continuar lendo

É isso aí Irmão!!!!!
E te pergunto ... de onde vem o dinheiro que paga o salário desses caras...ninguém sabe...... nem diz continuar lendo

Em hipótese alguma o jornalista pode fazer apologia a violência; conhecemos as leis que regem o Brasil e temos a obrigação ética de defender a democracia, regime que não combina com barbáries. Infelizmente, alguns repórteres enchem-se de coragem para pedir até pena de morte para marginais, quando estes são pobres.
Curiosamente, eles tornam-se extremamente acanhados quando de frente com bandidos do colarinho branco ou alguma autoridade política - os verdadeiros patrocinadores da criminalidade. continuar lendo

ótima e pertinente observação! continuar lendo

isso é um circulo vicioso, bandidos pobres não vivem sem os bandidos ricos e vice versa. são os bandidos pobres que votam nos bandidos ricos a troco de benesses destes. continuar lendo